Ir ao dentista na pandemia é mais seguro do que você pensa

Estudo do MIT mostra que os consultórios odontológicos, mesmo com a proximidade entre paciente e profissional, oferecem mais segurança do que lojas em geral em relação ao contágio de Covid-19

Estudo do MIT (Massachusetts Institute of Technology, uma das universidades mais prestigiadas do mundo) mensurou 26 tipos de negócios pela sua necessidade e riscos durante a pandemia. Os consultórios odontológicos apareceram com um dos menores potenciais de contágio, atrás apenas dos bancos. A conclusão do estudo é que, considerando a sua importância econômica e para a saúde, ir ao dentista na pandemia não é tão perigoso assim e eles devem ser os primeiros a abrirem.

Para se chegar a esses resultados – baseado em informações apenas dos Estados Unidos –, os pesquisadores analisaram os dados de 47 milhões de smartphones entre janeiro de 2019 e março de 2020, considerando 6 milhões de visitas a estabelecimentos. Dessa forma, dividiram os segmentos entre a sua necessidade (seja econômica ou de saúde) e tomaram como base para a análise o tempo de visita e a lotação dos locais.

Com essa metodologia, os pesquisadores foram capazes de concluir quais negócios oferecem mais risco durante a pandemia e também indicam quais devem ser reabertos mais rapidamente no momento de relaxamento do isolamento social.

A avaliação dos dentistas

O levantamento indica que os dentistas devem abrir logo após os bancos, junto com universidades, igrejas e outros tipos de locais de culto, lojas de automóveis e oficinas. Na sequência, devem ser abertas lojas de eletrônicos e de móveis. As lojas de bebidas e esportivas devem ser as últimas a retomarem suas atividades, de acordo com o levantamento.

Os pesquisadores explicam que, em alguns desses locais, há forte risco de contágio, mas a sua importância deve ser levada em consideração, caso dos serviços financeiros, no qual estão incluídos os bancos – e os dentistas surgem devido às necessidades de saúde e bem-estar.

Mesmo com a proximidade entre paciente e profissional, o consultório odontológico não resulta em uma grande concentração de pessoas. Na Clínica Sergio Correia, por exemplo, os casos de urgência são marcados com intervalos para que não haja risco de contato prévio entre os pacientes que vistam o dentista na pandemia – também houve investimento em produtos específicos para a limpeza e esterilização do consultório.

De acordo com os pesquisadores, no relatório da pesquisa, os governantes e a sociedade civil tiveram dificuldades para tomar as medidas relativas à implementação e ao relaxamento do distanciamento social. Embora seja necessário avaliar a situação de cada estado e cidade, vê-se a adoção de medidas muito diferentes para os mesmos segmentos, como, por exemplo, as igrejas e espaços de culto.

Uma das possibilidades é que a falta de evidências científicas e estudos levou os governantes a tomarem decisões no escuro – com base no achismo.

Como se chegou a essas conclusões?

Para explicar como chegaram aos resultados, os pesquisadores usam a lógica de exposição do público, conforme o segmento de negócio. Em tese, permanecer algumas horas no cinema com desconhecidos pode parecer uma atitude de grande risco, no entanto, nos Estados Unidos, os cinemas do país receberam 17,6 milhões de consumidores em fevereiro de 2020, enquanto os restaurantes – sem considerar os drive-thrus ou delivery — tiveram 900 milhões de visitas no mesmo período para comer no salão.

“Não é perigoso para uma visita, mas é um risco cumulativo”, explica Christos Nicolaides, co-autor do estudo. “Se você considerar uma ida ao cinema, ela parece perigosa, mas não muitas pessoas vão ao cinema diariamente e os restaurantes acabam servindo bem de exemplo contrário”, ressalta.

Quer marcar uma consulta com um dentista na pandemia? Conte com a gente para um atendimento seguro.